AMOR E OUTRAS DROGAS

ESCOLA, ARTE E DIVERSÃO. Cinema não é somente diversão como muita gente acha, também não é somente arte, como muita gente pensa, nem tão pouco somente cultura como muitos analista consideram. É, na minha visão, uma equação formada pela soma da vontade de descontrair e pela sabedoria da arte constituindo, assim, numa cultura a ser apresentada e analisada pelos peritos resultando muitas vezes em verdadeiras obras primas. Lembro, quando assistia os filmes na rede Severiano Ribeiro, das propagandas relevando o cinema como uma das sete maravilhas do mundo e dos recordes de público que o mesmo levava para assistir historias incríveis. Quem já assistiu filmes que relatam historias que vão da alegria ao desespero, passando pela forma mais elevada de descontração compreende com certeza cinema como Escola, Arte e Diversão. Recentemente assisti ao filme “Amor e outras drogas” que se enquadra justamente nesse conceito. É sobre o filme que quero escrever, não sobre Amor e Drogas. E de Parkinson que eu quero falar porque um filme é uma aula para os parkinsonianos, uma verdadeira descontração para quem gosta de romance e uma obra de arte em direção que sobrepõe a cultura dos cinéfilos. Para falar do filme você pode escolher os três temas:, amor, drogas e parkinson mas é a mensagem de parkinson que quero evidenciar já que é este o cerne das minhas crônicas. A doença de Parkinson é mostrado no filme de forma sublime mas não subestimada. O diretor soube conduzir a problematização do parkinson e consegue chegar ao ápice da angústia que o doente passa fazendo com que mesmo os mais leigos no assunto se emocionem. Numa sucessão de cenas que evidencia com objetividade o sofrimento do parkinsoniano e de seus familiares e amigos em sua forma mais drástica, o filme demonstra com muita transparência que chega a palpitar com tamanha intensidade o coração dos que assistem. A sensação que dá é que todos os telespectadores tremem em alguma parte do filme como num contagio coletivo. Todos os filmes tem seu momento de grandeza, este engrandece os parkinsonianos ao demonstrar sua dor que é muito além da física. É a angustia, aflição, temor, insegurança incontidas pela impotência provocada pela certeza de que não pode fazer nada. Esse é o grande problema da doença. Em alguns momentos do filme os personagens crescem no drama do Parkinson que os fazem perderem ao norte do romance buscando, para isso, a solução nas drogas. Mas em nenhum momento o filme deixa no esquecimento a doença pois, ao meu ver, a vontade de mostrar a convivência cotidiana do parkinson é outro ponto maravilhoso do filme. O filme demonstra muito além de uma historia, mas uma realidade sobrepondo a vida e a ficção. É neste cenário que vamos assistindo quadro a quadro o desenvolvimento da doença e do romance dos seus personagens. Jamie não para de crescer profissionalmente na gigante farmacêutica Pfizer. Entre a vivência no mercado famarceutico e o drama do romance trazido pela doença personalizado por Maggie o personagem entra numa encruzilhada de não saber como enfrentar o amor e a doença. Maggie compartilhando do mesmo dilema, encontra como solução a adesão ao sexo do relacionamento sem aceitar um compromisso mais sério. O filme termina com o exemplo onde prevalece a lucidez do amor, que muitos preferem em chamar de “Final Feliz” numa alusão aos clássicos filmes de produção americana. Eu prefiro interpretar pelo exemplo de lucidez, da esperança do parkinsoniano no amor e na doença. Pensando assim você cresce em perspectivas de melhoria de qualidade de vida, no relacionamento com seus familiares, e, sobretudo em seu amor próprio tão abalado e depressivo, que remete a clausura e ao ostracismo da beleza que esta em torno de sua vida. Na minha família vi pela primeira vez prevalecer o individualismo antes e depois do filme. Se fez um silencio, e ninguém quis assisti-lo de forma coletiva. Nenhum dos filhos me chamou, depois entendi e achei até melhor assim. Multiplicar o sofrimento da doença é, com certeza, falta de bom senso. Mas o que o filme faz está no campo da solidariedade. O autor do filme passa o saber de uma forma descontraída e compartilha a lição de maneira saudável. Eu vi o filme com a minha esposa. Foi um rio que nascia nos olhos dela e cujo percurso tinha o meu como se fosse um afluente. No traçado dos nossos sentimentos, um choro compassivo e compreensivo aparecia antes de ser perder sobre algum lenço. No dia seguinte, comentando com alguns colegas de trabalho escutei comentários de colegas sobre o filme e fiquei perplexo com as diversas opiniões, todas muito distintas da minha, parecia que eu havia assistido outro filme, ou era eles, que haviam falado de outro filme, então procurei me certificar se era o mesmo filme. Minha visão era outra. Fiquei refletindo. Ou eles era sadios e eu doente ou ainda virce e versa. De qualquer forma ficou constatado tratava-se do mesmo filme com interpretações antagônicas. Eles, viram sexo, eu vi amor, eles assistiram um romance, eu assisti um drama da área medica social, alguns assistiram um drama sobre as drogas e seu mercado e outros mencionaram como um filme apenas razoável sem saber discernir o que pagaram para ver. Faça como Maggier e tome opção pela vida.

Comentários

  1. Desde a primeira vez que esta cronica, fiquei tentada a fazer um comentário, mas esperei uma oportunidade para assitir o filme e depois postar um comentário, assitia e revi o filme, e nas duas vezes tive o mesmo sentimento e a mesma opnião o filme retrata, duas vidas diferentes que em dado momento se cruzam e dentro de mim nasceu um turbilhão de emoções, de um jovem casal por se amarem demais, buscaram superar barreiras e viver o amor na sua plenitude, é o que fazemos, vivemos um dia após o outro, e o mais importante juntos enfrentando os obstaculos como deve ser na vida real, temos obrigação de sermos felizes e não fugir de quem nos ama, é o que penso e acredito

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  2. Esse filme parece tão comum pra os dias de hoje pelo titulo "O amor e outras drogas" e por ter na capa um casal sem roupas em pose sensual!Assuntos banalizados por todas as midias!Amor hoje tem a ver com sexo(fazer amor)e que está ao alcance visual de todos, seja ao vivo pelas ruas,ou em novelas das 06:00 hs!em filmes na tv aberta ou fechada, ou em cds pornográficos piratas,sem contar com as diversas formas de fazer amor, virtualmente falando!pagando com cartões de crédito!
    Outras drogas? quem quer saber de outras?já existem tantas!e ao alcance de todos. Tanto que os menores dependentes pedem l,00 real pra comprar pedra!
    Gente sem roupa e em poses sensuais, só cego não vê. Estão em todas as bancas, em jornais e revistas, em propaganda de variados produtos. Engraçado que soube do filme logo que saiu e uma amiga bem mais jovem que eu conseguiu o DVD e prometeu assistir e trazer pra mim ver em casa, pois quase saio de casa por causa do parkinson, ela queria ver pra saber mais sobre a doença. Passaram dias, perguntei sobre o filme ela cheia de rodeios me disse:Acho que não vale a pena a sra.assistir, não mostra quase nada do Parkinson numa moça que não faz nada o dia todo,bebe, fuma maconha e faz sexo sem compromisso.Tem muito sexo ela reafirmou fico sem graça de lhe emprestar sem antes lhe falar sobre o conteúdo!Perguntei: mas é sexo banal, animal, vulgar, tosco ou são cenas com sexo de um contexto,resultado de sentimentos...ela respondeu: não eles se amam e transam,então é normal,respondi, é até bom pras pessoas saberem que parkinsonianos fazem e gostam de sexo!ela riu muito e disse:é verdade não tinha pensado nisso.
    Vou parar por aqui, pois essa estoria vai longe,quem sabe outro dia conto o restante sobre o filme que por sinal,adorei, e recomendo!

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