O QUÊ DA QUESTÃO... "Bradicinesia"
O QUÊ DA QUESTÃO...“VÁ MORRER PRA LÁ”
Bradicinesia, nome bonito, feminino, que soa bem ao ser pronunciado. Nunca vi ninguém batizado com esse nome. Bem que poderia haver, pois o inverso, colocar nome de pessoas em doença, desastre e outras coisas de valores parecidos, já são culturais. Essa inversão não parece distante, embora aparentemente tenha característica, de certo modo, constrangedora, mas os nomes são convidativos. Muito mais constrangedor é dizer que uma pessoa possui um mal que, somente depois, complementa com Parkinson - “mal de Parkinson”. Considero uma banalização, um desrespeito ao individuo e uma ausência de bom senso na comunicação.
Hoje, o nome tradicional está mudando em todos os segmentos. Consequência natural da globalização, que aproxima as distâncias e a linguagem, sobretudo as pessoas. Novos costumes estão substituindo os nomes de fantasias das mais tradicionais. Quando são preservados recebem uma linguagem nova, concebida a exigências das novas formas tradicionais. No entanto, ainda, prevalece na área médica o termo “mal” para designar uma doença. Um fato curioso é que todos nós sabemos a origem do termo “Parkinson”, mas, até hoje, venho, em meus estudos e pesquisas, procurando o pai dessa criatividade de acrescentar o termo “mal”, precedendo o nome Parkinson, mas não encontrei nada. Vamos mudar isso! Talvez para muitos não signifique nada, nem mesmo quem denominou tal termo não considerou ofensivo por não perceber sua consequência. Jamais imaginaria, com a antecipação de séculos, o poder pejorativo do seu alcance. Hoje, temos a convicção de que o termo em nada ajuda ou contribui, mas afeta o psicológico do doente. Parece simples, mas se agrava ao chegarmos ao consultório e sermos atendidos pelas recepcionistas com indagações: – “O senhor tem mal de Parkinson?” Eu sempre respondi: - não! E acrescento: - sou portador da doença de Parkinson.
Vejo nessas atitudes a falta de orientação que inicia com o desconhecimento às particularidades do cuidado com o doente e prossegue com erros administrativos, que se generalizam por todo o sistema de saúde. Aí, deixa de ser um caso pontual, para se transformar numa emergente necessidade de mudança, não apenas do termo, mas de conceitos, atitudes e paradigmas a serem quebrados, principalmente, na humanização existente na relação pacientes versus órgãos de saúde, sejam elas públicas ou privadas.
Emerge a necessidade de que antigos costumes sejam excluídos pela humanização e racionalidade médica. Para tanto, é necessário o reconhecimento de que velhos costumes estão superados, que no seio da classe médica germine uma semente nova destituída, não somente de terminologias mal aplicadas, mas, sobretudo, de ações que amenizem as angústias, aflições e desespero dos enfermos.
O melhor tratamento é aquele que começa na recepção e termina no consultório médico humanizado. Passou daí, é literal ausência de medidas preventivas que compete ao indivíduo e ao governo com políticas públicas bem administradas. É errado pensar que hospital é para tratar de saúde. Hospital é para tratar de doentes. As questões agravam-se, porque os indivíduos não preservam a saúde, os médicos não se conscientizam de que essa é responsabilidade recíproca da iniciativa privada e do setor público. Nesse espaço, cresce o mal em todas as suas formas, inclusive de prevalecer com denominações de prefixo de doença e mantém em sua essência os erros, que começam com o descaso do Sistema Nacional de Saúde e vai se proliferando como um vírus, que podíamos muito bem plagiar as mentes criativas e denominarmos de “mal administrativo do sistema de saúde”. Sabemos que, nesse sistema, faltam os quatro fundamentos da administração: planejamento, organização, direção e controle. Justificando a primeira função, basta olhar para o orçamento destinado à saúde. Quem quiser saber da organização, compareça às filas dos órgãos de atendimento ao público de saúde; para constatar a veracidade da função administrativa de direção, faça visita às emergências dos hospitais e, enfim, deduza se existe controle numa parafernália, onde o cerne da questão é a melhoria de qualidade de vida. Um sistema lento em suas tomadas de decisões e lerdo em suas diretrizes, também, poderia se chamar de “bradicinesia”. Aqui cabe a expressão de um amigo: “VÁ MORRER PRA LÁ"
Pai,
ResponderExcluirHoje, 26 de março, gostaria de dizer com laços familiares, mas sobretudo cristão, Parabéns! "Vem viver,..." seria o título deste meu comentário e simple homenagem. hoje podemos celebrar o dom da sua vida.Desejo neste dia especial me unir ao verdadeiro Amor que é fonte de todas as coisas para interceder pela sua vida e por todos os portadores de Parkinson. Obrigada pela honra, coragem e dedicação em lutar pela vida.Você escolheu a melhor parte.
Deus te abençõe.
Feliz aniversário,
Sua filha Savânia