Minha convivência com Mr. Parkinson

Reproduzindo pensamento positivo
Começo hoje a realizar uma coisa nova em minha vida que tem mudado consubstancialmente desde que descobri que estava com Parkinson. Essa coisa nova são meus escritos sobre minha convivência com Mr. Parkinson.
Uma nova tentativa de escrever o que não sei, no entanto estou aprendendo com Mr. Parkinson justamente escrever o que não sei e isso me é surpreendente. Sabemos que é muito mais fácil escrever o que sabemos, pois o mundo também sabe o que todo mundo sabe. Assim ninguém sabe, porque todo mundo sabe, e não conta a ninguém.
Viu como é confuso escrever e explicar as coisa, imagine explicar a confusão que Mr. Parkinson provoca cotidianamente em minha vida. É incrível, mas ele atrapalha tudo todos os dias sem tréguas. È isso que vou tentar escrever em meu blog aos parkisonianos, aos colaboradores e cuidadores e a minha família. Não sei se vai ser diariamente, semanalmente ou até mensalmente.
Assunto a ser abordado tem em profusão. Neste contexto vou percorrer grande parte de um trajeto de difícil convivência que é minha vida com Mr. Parkinson. Partirei da dificuldade que é conciliação com algo que você não gosta e suas relações abstratas, concretas e cientificas.
Abstratas porque ele existe como doença denominada de Parkinson, inserido em meu cérebro e ocupando permanentemente minha mente. Isto me condiciona a estar sempre pensando num problema sempre existente pelo resto de minha vida. E evidentemente me conduz a reflexões diárias sobre mim mesmo. É como filosofia que se insere no contexto com perguntas a si mesmo.
Cada texto escrito terá uma forma não filosófica mas terá a característica de inquirir a mim mesmo, aos colegas portadores de Parkinson e sobretudo ao indesejado Mr. Parkinson. Numa tentativa de uma aproximação na busca de compreender de viver feliz, ou seja buscar sentido na vida parkinsoniana.
Com esse propósito me insiro em escrever mesmo não tendo domínio do assunto me atrevo a ousadia de escrever. Vou escrevendo e depois vou aprendendo, o importante é fazer no momento o que quero. Isso é fundamental. É tão fundamental que descobri que Mr. Parkinson não gosta. Ele gosta de me ver deprimido, com rigidez, dores, com mau humor. Esta sempre incrementando essas coisas em mim, numa briga constante com a minha vontade de superação a essas adversidades. Portanto continuo criando palavras otimistas como: vencer, ganhar, obter, lutar, construir, doar. Desta maneira vou gerando uma farda literatura prazerosa e agindo de acordo com a energia gerada. E assim tem sido meus dias. As palavras e pensamentos que estão sendo reproduzidas são também neurônios produzidos para suprir as dopaminas que deixam de ser produzidas em meu cérebro.
Você que está lendo pode dizer.
- Palavras não são neuoronios
- Eu reafirmo que para mim, são. Com isso não quero convencer ninguém, mas quero certificar-me que a reprodução dos pensamentos conscientes e positivos tem sido fator preponderante nas minhas conquistas na busca incessante da melhoria de minha qualidade de vida.