MAR VERMELHO

CONCEITO SUBLIME Estava lendo um livro quando me deparei com uma interpretação de um garoto sobre a passagem do Mar vermelho. Não me contive de alegria e curiosidade, gosto de tudo que contam desta travessia fantástica. Somente para terem uma ideia de valor, ao filme os “Dez mandamentos” já assisti na versão de Cecil B. de Miller dezenas de vezes. Conheci hoje na leitura essa versão fantástica na criatividade do garoto, tanto na interpretação do fato, quanto na resposta a Mãe. Então li e reli várias vezes com muito cuidado na tentativa de encontrar um liame do garoto com o Parkinson, uma vez que me estabeleço nestas crônicas com a responsabilidade de falar da minha convivência com o Parkinson. Foi ótimo, pois havia terminado minha crônica anterior e feito abordagem sobre o assunto e sobre citações reportando esse feito fantástico de Deus, inclusive citando Naum Volzinger cientista russo que estudou o lado cientifico da realização de Deus. Mas vamos à leitura que faço questão de repassar na integra. Sua mãe perguntou-lhe? O que aprendera em aula, e ele narrou-lhe; “Os Israelitas saíram do Egito, mas foram perseguidos pelo faraó e seu exército. Eles chegaram ao mar vermelho e não podiam atravessá-lo. O exército egípcio aproximava-se cada vez mais. Moisés, então, usou seu walkie-talkie, a força área de Israel veio bombardear os egípcios, e a marinha de Israel construiu uma ponte móvel para que o povo pudesse atravessar”. A mãe ficou chocada. Foi assim que lhe ensinaram a história? – não foi bem assim, o garoto admitiu, “mas se eu contasse da maneira que me contaram, você nunca iria acreditar.” (Kushern.2011) Quero buscar no dizer de uma criança o que tenciono dizer aos adultos parkinsonianos: uma história que não necessite de indagações e que tenha fundamento também no mesmo princípio da mente criativa de uma criança. Esse é o liame entre o Parkinson e a criança que busco hoje. Na verdade já tenho a resposta que também li em outro livro que me impressionou, colocando a frase também no meu livro, que naquela eventualidade estava escrevendo. Se criança é a capaz de criar nos moldes mais avançados uma nova versão da travessia do mar vermelho, quero que vocês conheçam o que para mim, considero o mais sublime e perfeito conceito de Parkinson. Assim relata Mônica Souto (Era Outono em Barcelona) contando sua historia: “encontrei também carinho e ternura, quando uma criança ao segurar minhas mãos trêmulas entre as suas, disse; estou sentindo o seu coração, ele está batendo em minhas mãos”. Eu estava há aproximadamente um ano desenvolvendo a doença, minha maior característica era justamente o tremor nas mãos. Naquele momento senti a mão da criança sobre a minha, foi um impacto tão grande que além da ternura da criança relatada pelo autor, senti a mão de Deus pela minha fé como se tivéssemos compartilhando a nossa alegria e nossa angústia, formando um paradoxo pelo discernimento dos sentimentos e uma corrente pela fé. Hoje com alegria e satisfação relato novamente esse conceito, e em momento nenhum veio em mim a vontade criadora de criar, de ser o autor da história, mas uma intensa vontade de socializar, pois ao escrever tenho a firmeza dos que procura na leitura o saber, e ao escrever a sabedoria dos adultos e a grandeza das crianças. Minha vontade é apenas ordenar os fatos num laço com os parkinsonianos na fé e na extraordinária capacidade imaginativa das crianças. Compreender a ternura das crianças e o sentimento dos parkinsonianos é compreender que existe em cada um de nós a louca imaginação de que um dia uma criança movida pela sua grandeza prima nossas mãos e afirme “a cura está próxima”. Acreditar nesta criança é participar de uma grande corrente que acredita que na imaginação de uma criança existe a vontade de Deus, e nos portadores de Parkinson agregado a ciência o desejo da cura.

Comentários

  1. (Nísia) Lindo texto, prezado amigo! Como sempre seus escritos me emocionam bastante, são recheados de ternura, sigeleza, encantamento e de uma pureza indescritível. Parabéns por sonhar através da cortina da realidade!

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  2. Meu amigo, viajar nos seus escritos me fazem muito feliz, a pensar "corremos é porque estamos com medo; não corremos porque estamos com medo", quando você escreve e fala do Parkinson enfrenta ele com temores mais firme no credo da cura...o que dizer amei

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  3. Parabéns é muito bom ler coisas sublimes que enche nossa alma do prazer de viver e estarmos aqui nessa grande jornada.
    Aquele abraço fraterno,

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  4. Emocionante,compartilhar a fé e a esperança é uma das maiores virtudes do ser humano.Parabéns pela força que tem, pela missão a qual se propõe e pela sabedoria de transmitir seu pensamento positivo,acreditar na cura,fará com que ela venha mais rápido.
    Um grande abraço.

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  5. É isso, amigo, ao sabor de suas crônicas oportunizamo-nos a vivenciar com você angustias, mas, através delas, encontramos lacunas que nos favorecem a rever pureza de sentimentos. Mirar-se na imaginação das crianças é crer na fertilidade. Para tal, que tenhamos esperança e fé.

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  6. Ao apertar a mão tremula pelo Parkinson, a criança surpreende-se mesmo! por não sentir o mesmo em outras mãos, nem mesmo na outra mão da mesma pessoa! espontânea e rapidamente concluiu, “seu coração está batendo na minha mão!” Lembro que me ocorreu algo parecido no início do parkinson, passando uma tarde com minha neta de 06 anos, no meio de conversas alegres, guloseimas, desenhos, gato assanhado, tv ligada, etc. ela me olhando assustada diz: vó como você consegue fazer isso? mexer só um dedinho da mão! (meu polegar da mão direita tremia sozinho) me ensina vó, também quero fazer! Nem eu tinha atentado pra esse sintoma(um dos primeiros, tremor localizado). Brincando com ela esquecera do Parkinson por alguns minutos, respondi séria: não sou eu que faço isso ele treme sozinho, as vezes, ela rindo e puxando minha não dizia? É você que faz sim! Não mente vó! Optei por não tirar o sorriso daquela carinha linda! É uma mágica, depois te conto. Tive que inventar muitas brincadeiras pra fazer ela esquecer do polegar que tremia sozinho! ás vezes...

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